segunda-feira, dezembro 21, 2009

sobre você

É onde eu quero falar
Respirar devagar você
Como num domingo qualquer
Que eu caminho e vejo o mar
E vejo sua mão
E vejo a inveja
Mas era você que ia falar
Quando a gente riu na beira do mar
De novo mais uma vez a rima, ria!
Porque agora é você
É sobre você onde eu quero
Falar na sua boca
Em mais um domingo
dia pra respirar

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Rio Vermelho

Cansei de ser feliz
assim nunca mais vou
conseguir fazer poesia

texto aparecido na parede de uma casa no Rio Vermelho

quinta-feira, novembro 19, 2009

o poeta

tem que ser só
com alguém do lado
longe e só
tem que ter abismo no peito
loucura nos dedos
risos insatisfeitos e
alegrias mortas
tem que odiar o primeiro verso
engolir a seco a nota
mais doída do piano
suspirar com o cheiro dos mortais
beber até chegar ao inferno
pra conseguir botar pra fora
um dia tudo que está
nas entrelinhas.

quarta-feira, novembro 04, 2009

ao redor

é um impulso de ver pra cima
perceber no arrepio do olhar
o quão bom e frio é estar - só
um riso de canto-de-boca seu
sem ninguém pra rir do lado junto
ou uma ânsia por escrever com
o lápis que nenhum outro vai apontar
desenhar os M's bem curvos
e gritar pra dentro até ficar mudo
aquela música que nem você
sabe porque veio e se não vai

ir levando os pés calmos
sentindo cada ruga ao redor do chão
frio sem canto na noite do violão
verso sem rima e sem você
tentando apurar as vistas e não ver
o lado vazio e sem a voz de longe

terça-feira, outubro 20, 2009

domingo, outubro 11, 2009

ela e ele

ele: amor, sonhei com o Tião, nosso cachorro!

ela: eu pensei que você tinha dito "te amo"

ele: ah... então ele não me lambeu?

sexta-feira, setembro 25, 2009

H de tempestade

todo h no final me inquieta
me assanha
me alvoroça
me aperta

insight fight diet critch
nem o último nem o primeiro
no meio
central
certeiro

feito flecha no calcanhar
tal qual soco, sopro na vela
quando apaga
soco na cara

como temporal
com seus raios claros
pela tela da terra
rápido, inundado, dolorido, lindo
lindo como chamas linda

o que vi foram vigas de trovão
braços forte peito forte
coração right
e lá vem de novo
o h de tempestade
me tirar do sério do chão

fazer voar derrubar o avião
tá bom mas dessa vez
me deixa aqui
ver da janela e chuva
thunder lightning luna

todo h me atrai
me chama
me ama
assuma.

sábado, setembro 19, 2009

lençóis

sábado de manhã
tem cheiro
de chapada diamantina
neblina no olho
frescor primeiro

Musica na trilha
Alceu Valença
Chico Ciência
pra casa de um homem

folhas serradas
cortando o céu
mandiocas goiabas
decoram a cidade de pedra

sábado cedinho
quando o olho não abre
mas o coração primeiro
é dia de engolir o sol
sentir gosto inteiro
da umidade que some

domingo, setembro 13, 2009

jazz ou minha morte num filme de woody allen

morreria ali
ao som de Davis
guela gelada
sol nos cabelos dos guris

afundada ou bêbada
de infarto fulminante
com o maestro arrogante
no sax tenor pendurado

lugar santo de morte
que leva alguém por azar
ou por sorte
topar com o destino só
dos colibris da tarde
livre, bebendo cubas libres

sim morreria ali
sobre a mesa iluminada de vela
vendo homens de variados cliques
a sutileza da tatuagem amarela
e a gentileza do garçom Miles

segunda-feira, agosto 24, 2009

Respostando

Mais é muito metido esse blog mesmo!
Quem é você pra falar de mim?
Ridículo, petulante, mal agradecido...
E por conta de sua audácia tome aí mais uma poesia:

filho da puta
morde e assopra onde menos te dói
te odeio até te amar de novo
e mais um vez nego o que tanto queria
sacana
que pouco ama quando me tem
e mesmo me tendo quer sempre
me deixar toda vez, todo dia
infame
a pontinha do prazer que chega a doer
é ter seus azuis mirando em mim
grandes e desgraçadas mãos distantes
te odeio até te amar de novo

quarta-feira, agosto 12, 2009

Alô?

Bom, eu não sei muito como falar por aqui. Hoje é minha primeira vez. Vou tentar ficar mais relaxado... Pra que não me conhece eu sou esse blog e resolvi me revoltar. Essa menina que escreve aqui, essa tal Larissantiago não tem noção de nada, não sabe o que eu sinto e por isso só escreve essas merdas dessas poesias. Antes até rolava uns contos, uns memes, uns depoimentos pessoais, mas gora é só poesia! Que porra é essa? Queria umas fotos de sacanagem, alguma estória que desse um roteiro de filme, algo que me valorizasse mais. Às vezes não me reconheço, de verdade e isso me dá medo. Não sei mais o que fazer nas garras dessa mulher. Aliás, isso é pra você D. Larissantiago: vá pra porra!

domingo, agosto 09, 2009

Chica

Casa de vó
café tv conversa, festa só
cozinha pequena
minúscula ação
cheiro de chão
com sabão em pó

Embolar nas tardes
rir na cama
com vista pro computador
crochetear verdes-abacates
- vê lá, quem chega, é Ana

E o provinciano jornal
com chaleira no fogo
xicrinha de louça
memória divinal
é ver cabelo cinza
enrolado na touca
tal e qual Roberval

Chique seu falar
Acadimia jazzi tiuria
Ah se fosse professora de geografia!
ensinaria sobre o vermelho mar

A bença mamãe Zeca
que o beat de suas orações
alcance os mais altos corações
no ritmo bom, alto, alegre e simples
como a rima no verso: - sapeca.

quarta-feira, julho 29, 2009

poesia de dois

Fuçando os papéis por esses dias, encontrei os poemas de minha amiga Carla Mattos jogados junto aos meus e me lembrei do nosso projeto poesia de dois, que pretende sair do papel.
Prometo fazê-lo conhecido de vocês, mas por enquanto confiram uma poesia dessa moça encantadora, a quem primeiro mostrei minhas tentativas de poesia.

Não me importa sua gravata
Nem mesmo a cor do seu terno
É lamentável e sem graça
Saber do óbvio desse inferno
O inferno que você causou
Quando eu acreditei em você
Me joguei, fui à luta
Levantei bandeira, pra que?
Pra rir de mim e de todos nós
Me deixar com fome
apagando a estrelinha
E eu apertando meus nós
Porque estou emagrecendo
Enquanto você folga os da tua gravata
Afogando suas magóas
Num copo gordinho de uísque

Mas suas barbas estão de molho
Todo mundo tá de olho
você vai ter que explicar
Ter que parar de voar
Suas horas estão contadas
Estamos de mãos atadas
Você não vai poder dizer:
Esqueçam tudo que escrevi


Carla Mattos, sem título

sexta-feira, julho 24, 2009

quarta-feira, julho 08, 2009

de repente

sem palavras cada momento junto
e mil vontades no instante que some
sobe sai e fica pra sempre
o calor superficial das mãos que sentem
as digitais são iguais as que ficaram por anos
3 anos?
o tempo parece não passar para um amor passado
o tempo parece não passar para um amor passado
tudo igual dentro e fora aqui e lá passado e presente
as palavras surgem cuidadosas como antes
a vontade que não some substitui o medo
os olhos distantes do lugar frio são seus
o beijo entre o nariz e a boca ficará para os próximos
anos
3 anos?

quarta-feira, junho 17, 2009

ela & ele

ele: quer casar comigo?

ela: amor, nós já somos casados, esqueceu?

ele: então vamos à melhor parte: lua-de-mel!

segunda-feira, junho 01, 2009

doses

Bebo
cada gole desce e rasga
cada corda que queima
arranha e arde
não sei o que roda
dança, não destingue
Bebo
e queria beber-te a ti
pouco a pouco
gole a gole
saboreando a hora
degustando dor
derramando sal e álcool
Bebo
e vomito o que não era
boto mais uma vez
você pra fora de mim
chorando querendo
que fique pra sempre
mas sem aquela dor
no estômago do dia seguinte
que vem sempre que não 
tem você, nem bebida.

sábado, maio 16, 2009

Quando tudo se ascendeu já era tarde e o que havia era uma mulher de bruço ao lado da banca, na outra esquina, a poucos metros do banco dele. 
Ele, com os olhos remelentos da noite anterior, queria voltar pra casa, tomar café e dormir mais, mas não resistiu e quis vê-la. Parecia uma boneca de louça. Vestia uma saia de chita e uma blusa preta. Era aquilo mesmo chita?
O que importava mesmo era a rua deserta com os garis amanhecidos que não ligavam pra ela. Dessa vez olhou para os lados. Observou tudo e andou mais devagar. Pôs os pés perto da cintura dela, olhou para os garis e agachou:
- Hey. Você está viva?
Nada
- Me responda, ei.
Nada. Sacudiu com força.
- Moça! o que é que há?
Os garis pararam de varrer e arregalaram os olhos. A rádio comunitária desejou bom dia.
- Quem é você? - disse a mulher, virando cuidadosamente.
- Você está bem moça?
- Perguntei primeiro - disse ela.
- Não importa, pode se levantar?
- Não sei, me ajuda?
E ele a carregou até o banco mais próximo, como cuidado de olhar para os lados e conferir os poucos transeuntes .
- Já estou melhor. Foi ontem à noite...
- Sabe o que foi aquilo?
- Não sei, mas estou bem. Pode me deixar aqui.
Deu um passo pra trás e fitou os olhos dele. Os dois tinham remelas.
E aquela saia de chita, porque ele achava que era de chita? Ficou olhando pra ela, enquanto se limpava e batia na sala.
Caiu em si e foi saindo devagar. Continuou a olhar os pés e o chão, o chão e os pés, agora pensando naquela mulher deitada no chão. Ele não sabia, mas ela o acompanhou com o olhar até ele sumir no horizonte.
[continua]

segunda-feira, maio 04, 2009

Se você lesse

deixe eu te amar
ruim, desajeitado
estúpido e muito
não me abraçe!
Me deixe chorar tudo
e o que ainda falta chorar
não me acalme
não me corrija
não me diga palavras boas
me deixe cair
me deixe errar
te amar torto
injusto, sozinho
triste e grande
Não explique esse amor
não meça distância
nem impeça a loucura
não me ouça falar

segunda-feira, abril 20, 2009

ele e ela

ele: linda!

ela: ahn?

ele: era o que eu esqueci de dizer.

ela: você.

ele: eu?

ela: era o que eu disse que ia esquecer!

terça-feira, março 31, 2009

suicido

lendo poemas enamorados
dividindo o lugar com um estranho
ouvindo músicas com gosto amargo
cordas, navalhas, canivetes
uma janela aberta para a última frase
um coração dilacerado pelo golpe
estado de choque
choque, navalha ou veneno?
Moraleida se jogou
eu vou me matando aos lentos

vendo enamorados 
escrevendo e matando você em mim
engolindo seco o suco gástrico
afogando-me em minhas lágrimas
murro, atropelo e tiro
do fatal adeus ao fundo
fundo preto do poço
lá as lágrimas pingam tortura
e eu morro te vendo
fazendo poemas enamorados
matando as palavras, inexistindo ao seu lado

terça-feira, março 24, 2009


Era noite e a rádio comunitária cantava roucamente: "nosso amor que eu não esqueço e que teve seu começo numa festa de são joão..." Ele caminhava vagarosamente pelas ruas da cidade sem olhar quem vinha pela frente - pés e calçada, calçada e pés, pés e calçada, calça
- Desculpa senhora.
- Olhe por onde anda, insolente!
Nunca ninguém o havia chamado de insolente, não que ele lembrasse... e seguiu sem olhar pra frente e agora sem saber onde ia. Um barulho de buzina o fez olhar para o lado e foi quando avistou um bar; sentiu vontade de beber, mas não tinha um puto no bolso. Voltou a caminhar. Passando pela praça principal tornou a ouvir a droga da rádio comunitária: "nunca mais quero seu beijo, mas meu último desejo... 
- Ahhhhhhhh!!!!!
Ficou tudo escuro. Ouviu gritos, freios, risadas, tombos; quis voltar, não conseguiu. Esfregava os olhos, mas a visão só voltava com o brilho dos faróis dos carros. Também não seguiu a intuição, ao contrário: achou com a canela um banco na praça e sentou-se para esperar a normalidade.
[continua]

quarta-feira, março 18, 2009

emprestado

jogo um verso
converso
não tô quieto
esperto
inseto
incerto
tento 
e tudo que sai 
empresto
eu não presto
nem pra um 
resto
de verso
desconverso
eu não presto.

quinta-feira, março 12, 2009

ela & ele [início da saga]

ele: oi, tudo bem?

ela: tô de saída.

ele: só perguntei se tá...

ela: tá tudo bem e contigo?

ele: comigo só se você ficar!

quarta-feira, março 04, 2009

Beat

u get me out of here
u get me out of here
u get me out of here
u get me out 
u get me u get me out 
u get me
u n me
u n me
u in me
u get me out of here
                       here
u get me    u get me
u get me   u get me
u in me     u in me
u get me  u get me
u n me out of here


quinta-feira, fevereiro 26, 2009

pelada


escanteio do são caetano ou
seria escantano do são caeteio?*
às vezes eu odeio futebol.
me dá raiva Luiz Roberto ou 
Luicano do Valle falando durante
um lance, uma falta: gooooooool!
E ninguém viu.
às vezes amo futebol.
o dible, a falta, o frango
quando o palmeiras vira no são caetano
quando o vitória faz um gol no bahia
- impedimento!
ruim é quando o telefone impede
- o que?? foi gol?? escanteio?
[nessas horas eu odeio é o telefone]
e ninguém nem ouviu!

* trocadilho de Bidhu

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

lamúria

palavras merecem 
melhores lugares.
livros, ouvidos, bocas
mas essas merecem
guardanapos,
descartáveis,
absorventes.
merecem essa dor
uterina, visceral
amarga e doce
como aquele figo
como eu
como eu como você

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Ela

Ela: porque você veio?

Ele: não sei, sem você...

Ela: você sabe, sabe que pode sem mim

Ele: eu posso, só não gostaria.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

aos seus olhos azuis

Se você quiser vou
Se deixar a mão quer
Como no sonho sempre vagueia
Os olhos azuis, nariz e pé
                  *
Te amo e grito pra dentro
por um bom tempo tento deixar
sentimento, luz amarela, assento
e a voz no peito a letra faz calar
                  **
Eu vou ainda
São seus pés que os meus querem
Umas mãos, luzes, pele
Seu nariz minha boca beijar
O melhor nariz pro meu passear

terça-feira, janeiro 27, 2009

Uaitin 4

Esperar é a atitute mais imbecil que conheço
Eu conheço.
E observo a cara de quem espera: sombrancelha, 
ar de revolta, mãos impacientes - perfeito imbecil!
Sentindo dor, ali sentado esperando...
É como dor de calo aberto quando bate a água do banho
É lavar as mãos e usar os eletrosecadores quentes: inútil.
Esperar o pêlo crescer pra cortar
Esperar a água do café derramar
Esperar ferozmente os amores alheios
É um porre de cravinho!
Esperar na estação onde todo mundo passa, só o velho que
vende cartões telefônicos e não espera compradores fica.
Fica e não te olha, afinal és um imbecil a esperar o que não vem.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Olha a vadiagem




Recebi das meninas do Futebol de Mini Saia dois selinhos: Um é o do Prêmio Dardos e o outro é o Blog Maneiro.
Existem algumas regras para cada um deles, mas como regras existem para serem quebradas, vamos mesclar aqui as duas e fazer uma regra novinha... Pode ser, garotas?
Primeiro, o texto que acompanha o Prêmio Dardos [uma obra prima, diga-se de passagem]

"Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro(a) emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os(as) blogueiros(as), uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."

Texto esse que deve ser exibido pelos blogueiros indicados, que precisam também indicar mai 10 blogs ao mesmo prêmio; segue então a minha lista, a lista dos blogs que merecem esse prêmio:


Já o outro selo, tem uma coisita diferente: você pode mandar uma foto sua ou de seu miguxo
para o email olhaquemaneiro@gmail.com e os 10 links dos blogs que você também indica
e assim poderá concorrer a uma caricatura massa da foto enviada! Para esse selo seguem mais 10 blogs que considero maneiros:


Eu adoro receber selinhos espero que vocês gostem também!

terça-feira, janeiro 20, 2009

Versos Gerais

Acho que molhei o poema
Molhei a melhor parte
Molhavam também as grandes serras:
Couves-flores de Deus!
E umas cores desciam 
desciam lágrimas no sorriso
molhavam meus cabelos
O sorriso
Os cabelos
É tudo que guardarei
Sem molhar e pra sempre.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Ele

Ela: eu sinto saudade, é tão estranho

Ele: é louco não é?

Ela: É, eu acho que ela é uma mulher...

Ele: Eu conheço saudade também

Ela: Ah é? ela já se insinuou pra você?