quarta-feira, fevereiro 19, 2014

âmago

amargo
de tão amargo, doce
o que devia calar em mim
fala
o que devia ser silêncio
dor
o que precisa ter
perde
todo dia parece o último
todo último, primeiro
e o primeiro
tudo o que eu preciso
meu eterno doce

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

A dor

Hoje ela é bem maior que ontem
Ontem de tão grande saiu pela boca
Anteontem a senti no útero
Saindo pelas pernas
Amanhã será na mão
Que já trêmula, não aguenta
Escrever calmamente
Mais dois meses e a dor
É no meio da cabeça: dor de bala perdida
Se eu morrer amanhã, saibam:
Foi dor eterna no coração!

poesia para o medo

Lembro-me das árvores na praça da independência
Na memória viva, um conto, a assembléia e folhas.
Minas é tão quente e seca
Só meus cabelos ficavam incríveis
A pampulha deserta, o mineirão enorme
E minhas pernas trêmulas denunciavam o medo
Ainda assim, Minas Gerais me pareceu linda
Se eu soubesse que aquilo era medo, não passaria do aeroporto
As árvores me acalmavam e tudo que eu queria era que tudo
Tudo aquilo que me acalmava e dava medo fosse fake