espero a água do ralo descer
e com muita paciência
listo na geladeira
tudo que tenho pra fazer
deixo a profusão dos versos
atropelarem as louças na pia
e corro pro papel secar minha
mão com sabão e escrever de noite
atrapalho tudo dentro de mim
e ajo como se não houvesse eu
amanhã de manhã no expediente
os fantasmas do meu quarto esperam
enquanto eu ouço mais uma música
e penso que aquele menino me quer
alguém me disse que ficava sincera
quando escrevia ou bebia ou ria
já se foi toda a água e voltamos
juntos ao ralo de partida
cumpri a lista e amanhã meio dia
te direi o quanto te amo assim
meio como quando não queria
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