Depois de chegar do trabalho (cansada e risonha),
abre a porta cantando a mesma música de Nana Caymi.
A bolsa atrás da porta, a calça no cabide e a TV falando só
embalam sua ida até o fogão:
-Notícia extraordinária:
uma mulher de 53 anos dá luz a filhos gêmeos.
O café, companheiro do sistema nervoso,
infecta o apartamento de saudade.
Lembrou-se da carta que recebera quando passara na portaria,
o que ela revelaria?
Mais uma dívida do seu estourado cartão de crédito?
Ou, afinal lembranças daquele velho amigo na Gréia?
Futucou a bolsa e de lá sairam papéis de bala de café,
batom e enfim a carta. E diz Willian Bonner:
-Desembarca hoje no Brasil o primeiro ministro da Inglaterra.
Desligou a TV. Rasgou a carta:
Linda!
Como está você?
Eu estar com saudade seu.
Eu sei que você não esquecer nossa conversa,
nosso love...
Eu vou ficar melhor com você.
E porque escrevo para falar
im going to you.
01 june eu estar no airport
Eu te amo
Jhonny.
- My God - digo- Meu Deus!
A música do velho vinil agora se confundia
com o choro feliz e desesperado.
Sentou no sofá com mais uma xícara de café
e chorou.
domingo, agosto 26, 2007
domingo, agosto 19, 2007
Loucos de pedra, flor e espinho
Desde menino admirava os loucos.
Se impressionava ao vê-los livres,
passeando pelas ruas, falando sozinhos.
Queria ser como eles, talvez fosse um pouco:
falava sozinho em frente ao espelho, ria pro mar
e acusava a areia de ser "malfeitiça".
Olhava os malucos com inveja e via algum juízo
no atravessar da longa Avenida Dois Leões.
Dizia ele que os loucos deixavam a cidade menos cinza,
um pouco triste e mais interessante quando se atreviam
a riscar as paredes ou a escreverem gentilezas nos muros.
- Louco universo esse nosso!
E dizia com convicção, num tom confortável de voz:
- Gosto de pensar que os loucos somos nós e eles sim,
os de perfeita saúde mental.
De tanto mirar por horas os diversos loucos que transitavam
naquela e noutras avenidas, ele aprendeu a desejar-lhes
bom dia e a gostar de piadas sobre loucura.
ao Velho Dil, para quem eu era a Bela Napolitana.
Se impressionava ao vê-los livres,
passeando pelas ruas, falando sozinhos.
Queria ser como eles, talvez fosse um pouco:
falava sozinho em frente ao espelho, ria pro mar
e acusava a areia de ser "malfeitiça".
Olhava os malucos com inveja e via algum juízo
no atravessar da longa Avenida Dois Leões.
Dizia ele que os loucos deixavam a cidade menos cinza,
um pouco triste e mais interessante quando se atreviam
a riscar as paredes ou a escreverem gentilezas nos muros.
- Louco universo esse nosso!
E dizia com convicção, num tom confortável de voz:
- Gosto de pensar que os loucos somos nós e eles sim,
os de perfeita saúde mental.
De tanto mirar por horas os diversos loucos que transitavam
naquela e noutras avenidas, ele aprendeu a desejar-lhes
bom dia e a gostar de piadas sobre loucura.
ao Velho Dil, para quem eu era a Bela Napolitana.
segunda-feira, agosto 13, 2007
A 4 horas de você II
Quanto tempo faz que nos falamos?
Quanto tempo ficamos nos falando?
4 horas com você...
calma, tudo está em calma
deixe que o beijo cure,
deixe que o tempo dure,
deixa que a alma tenha a mesma idade
que a idade do céu.*
O dia aqui e a noite lá
o céu é o mesmo
e esse tempo longe...
...seu tempo ocupa meu espaço
e essa horas que nos separam
unem nossas palavras aqui.
Tornam minhas noites sua madrugada
e fazem minhas 24 horas mais longas
que as 4 horas que nos separam.
*trecho da música Idade do céu de Zélia Ducan
Quanto tempo ficamos nos falando?
4 horas com você...
calma, tudo está em calma
deixe que o beijo cure,
deixe que o tempo dure,
deixa que a alma tenha a mesma idade
que a idade do céu.*
O dia aqui e a noite lá
o céu é o mesmo
e esse tempo longe...
...seu tempo ocupa meu espaço
e essa horas que nos separam
unem nossas palavras aqui.
Tornam minhas noites sua madrugada
e fazem minhas 24 horas mais longas
que as 4 horas que nos separam.
*trecho da música Idade do céu de Zélia Ducan
terça-feira, agosto 07, 2007
a música LÁ em MI
Sai naturalmente do peito
o ar que a impulsiona é suave
e as melodias são como prazerosos beijos.
Notas com perfeição saem dos dedos,
fazendo o peito se encher de ar e emoção.
Vem de onde essa magia?
talvez venha do sangue dessa gente nascida aqui,
ou da gente que veio de lá...
certo é que não se sabe explicar,
mas o que sai é lindo, prazeroso.
Embala os pensamentos e faz o coração pulsar rápido
eleva os sentimentos e traz ele pra perto.
Confundi os sentidos e as identidades
Eu já nem sei quem sou
tão dedicado a ti,
um cobertor pro frio*
Quando acaba fica o vazio
vem a sensação de loucura
a vontade de encher o peito de novo
e com vontade soltar o sonoro ar.
É assim, preenchendo e esvaziando
enlouquecendo e curando
que ela cumpre bem seu papel
deixando de ser de um pra ser de cada um.
*trecho da música OM, Djavan
o ar que a impulsiona é suave
e as melodias são como prazerosos beijos.
Notas com perfeição saem dos dedos,
fazendo o peito se encher de ar e emoção.
Vem de onde essa magia?
talvez venha do sangue dessa gente nascida aqui,
ou da gente que veio de lá...
certo é que não se sabe explicar,
mas o que sai é lindo, prazeroso.
Embala os pensamentos e faz o coração pulsar rápido
eleva os sentimentos e traz ele pra perto.
Confundi os sentidos e as identidades
Eu já nem sei quem sou
tão dedicado a ti,
um cobertor pro frio*
Quando acaba fica o vazio
vem a sensação de loucura
a vontade de encher o peito de novo
e com vontade soltar o sonoro ar.
É assim, preenchendo e esvaziando
enlouquecendo e curando
que ela cumpre bem seu papel
deixando de ser de um pra ser de cada um.
*trecho da música OM, Djavan
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