quarta-feira, novembro 04, 2009

ao redor

é um impulso de ver pra cima
perceber no arrepio do olhar
o quão bom e frio é estar - só
um riso de canto-de-boca seu
sem ninguém pra rir do lado junto
ou uma ânsia por escrever com
o lápis que nenhum outro vai apontar
desenhar os M's bem curvos
e gritar pra dentro até ficar mudo
aquela música que nem você
sabe porque veio e se não vai

ir levando os pés calmos
sentindo cada ruga ao redor do chão
frio sem canto na noite do violão
verso sem rima e sem você
tentando apurar as vistas e não ver
o lado vazio e sem a voz de longe

4 comentários:

jorginho da hora disse...

Garota, lembro-me bem dá primeira postagem sua que lí, e afirmo que vc evoluio muito. Adoro seus escritos poéticos e outras histórias.
O pior nessa situação que vc descreve é a falta de alguem para rir com a gente.

Mil beijos !

ana f. disse...

"ao meu redor está deserto.... você não está por perto e ainda está tão perto.... lalalala...."





êta, poeta arretada de boa!
beijo!

marcos assis disse...

"senti muita firmeza" nesse texto!
eu já gosto muito das coisas que cê escreve, mas esse foi foda.
arrepiei. (ou rupiei)
ou você acertou bem a mão no seu processo criativo, ou você viveu uma situação muito intensa, ou os dois.
qual?

DGirl disse...

"...e gritar pra dentro até ficar mudo
aquela música que nem você
sabe porque veio e se não vai..."

Que lindo isso!!!!
Nossa... ainda estou aqui viajando nas inúmeras possibilidades ocultas nessas palavras.

Ando meio sumida mesmo eu sei, mas continuo aqui... As palavras estão meio sem forma, mas quando decidirem sair invadirão o blog novamente!
Beijos querida!