terça-feira, dezembro 20, 2016

guarulhos, dezoito de dezembro

eu
que sinto fome
depois de comer
não sei como
me sinto
diante de uma
dor que dói
como soco no estômago

eu
que "nem preta sou"
sento e choro
na frente
de gente
q não se parece
com a minha

eu mesma
filha de Maria
neta Carmela
bebi raiva
com balas de ódio
escolhido
sabor gengibre

Procendimento de
Rotina
Racista

sentei
ruminei
chorei e
vomitei
vingança
em forma de
poesia-metralhadora
palavra-açoite

escrevi pra não morrer

poesia velha

anoiteceu
meu corpo sobre
o seu
a morte ronda
a igreja
a rua
a gente
e meu corpo
no seu lombra
sempre

para signos de ar

voar me aflige
como pensar
em você
faz o coração
tipo turbina
acelera depois
para
interrompe
igual voz
de tripulação
nervosando
o nervoso
penso alto
você
lá do céu
vejo seu olhar
cidade
meu conflito
minha casa
meu caos