sábado, julho 21, 2012

frieza

o balé do vento
brisa de moção
solidão
o sentido respira
dança, baila, suspira
ar do leste
cheiro de sertão
de gente boa
mato que balança
perfume da minha
janela
vento que me alcança
cama que flutua
se enche de gás
e some sem amor

terça-feira, julho 10, 2012

justa causa

não me lembro como é
fazer poesia, escrever
viver, me por em pé

deletaram de mim a rima
a linha reta e fina
do caderno, do papel
do moleco

falta de costume
perda de mania
abandono de serviço
demissão do ofício

me devolva meu direito
mente minha
me traga a palavra
imigrante
me faça empregada
palavra retirante

domingo, julho 08, 2012

base

um sopro de sossego
o coração relaxa, descansa
a brisa da cidade fica mais
leve, saborosa, cinza

já tem onde os pés pousar
o solo de um corpo estranho
aterrizar, chegar num lugar

ver rostos que são seus
comemorar por isso
enfim, saber o que tem

sossegar