domingo, novembro 20, 2011

finado

é feriado aqui perto
sem sofrer e sem sofá
a vida passa feito
relógio cuco des-pertador
dentro daqui é furado
a água sai pelo buraco
dormir uma esperança
que o pescoço descanse, decreto!
supermercado de emoções
abra amanhã porque é feriado
precisaremos decerto
de feijões e corações

domingo, novembro 13, 2011

ruído

igual ao ano passado
quando o coração fervia
a sua espera
tudo o que sentia
tirava o fôlego
igual a cantar Etta James
subir a ladeira
te querer
no final desse ano
vai ser final da solidão
ou da espera
ou seu fim
do disco que acaba
com ruído de risco
igual seu nome
na minha poesia

quinta-feira, novembro 03, 2011

podreira

calo enquanto meus calos
falam uma dor aguda
sangue saído da verruga
são os meus podres

falo pra tirar minha culpa
esfoliando com água a pele falida
limpando a crosta esfregando
espalhando folículo de nojura

no ralo peles, lodos,calos
a superfície estranha a mim
é parte da poeira suja
de boca podre, de carne dura