quarta-feira, julho 27, 2011

memória cheia

detesto esquecer
ave maria!
como é ruim procurar
e se perder
chamar por alguém
aquele nome de certeza
e a pessoa não responder
procurar o lugar
e não encontrar
sendo que
"já estive lá..."
antes
durantes
memória ruim
me invejam os elefantes
bonito é
quando estás sentado
esperando
no meio tempo
pensando
posso estar no lugar errado
com a bunda fincada
em perfeito quadrado
enquanto
se pega pensando
"porque diabos
não trouxe anotado
se tivesse lembrado"
lembraria do lugar
oras!
e não resmungaria
ou fantasiaria apavorado
o maior vexame do mundo
parado, tentando se desculpar
frustrado querendo esquecer
o que deu errado

quinta-feira, julho 21, 2011

enrola a ação

muito lero
pouca lira
muito cheiro
pra pouca comida
fala fala fala
e diz nada
pra que dizer
se o importante
que é fazer
não se concretiza?
dá nos nervos
martiriza
aborrece
irrita
fecha a boca, porra!
e mãos à obra
agiliza

domingo, julho 17, 2011

memórias saborosas de um olfato

flores roxas
alfazemas doces
são os ventos
que carregam
o fino traço
ao olfato
essências puras
amoras cítricas
maduras
vem penetrando
em mim e
sem pedir ou insistir
já está dentro
suavemente trazendo
cheiro de memória
sabor de tempo

quinta-feira, julho 14, 2011

toc toc

é a poesia!
que traz tudo
o que não queria
uma saudade doída
aquele beijo de partida
traz os lençóis
chuva
chocolate
bebida
casaco
caracóis
a voz incessante
que grita
pedindo escrita
atenção, apelo
nesse jogo
de amores
perdidos, despidos
à minha beira
com os mesmos
queira ou não queira
me toma nos braços
enfeitiça num balanço
e apesar do contraponto
me deixo conduzir
por tanto

quinta-feira, julho 07, 2011

presente do momento

se é pra dá
poesia eu vou
devagar e leve
levo vestidos
arrancados
petiscos
pra escrever depois
vamos nos
marcar o instante
último momento
quente latente
chama que é bom
e dá nisso
colo cama e poesia

segunda-feira, julho 04, 2011

.

oxente pulei as folhas!
esqueci delas, mas
vem na mente
um palavriado bom
chique e retado
só pra preencher
o espaço
formar versos
ligar os laços
pisando nas folhas
borrando as bolhas
mesmo sem rimar
e vamos aprumar!
perna
tapete
traveco
escrevendo a esmo
que nem analfabeto
procurando o
que não há
de se encontrar
agora é terminar
pois o papel está completo