Fuçando os papéis por esses dias, encontrei os poemas de minha amiga Carla Mattos jogados junto aos meus e me lembrei do nosso projeto poesia de dois, que pretende sair do papel.
Prometo fazê-lo conhecido de vocês, mas por enquanto confiram uma poesia dessa moça encantadora, a quem primeiro mostrei minhas tentativas de poesia.
Não me importa sua gravata
Nem mesmo a cor do seu terno
É lamentável e sem graça
Saber do óbvio desse inferno
O inferno que você causou
Quando eu acreditei em você
Me joguei, fui à luta
Levantei bandeira, pra que?
Pra rir de mim e de todos nós
Me deixar com fome
apagando a estrelinha
E eu apertando meus nós
Porque estou emagrecendo
Enquanto você folga os da tua gravata
Afogando suas magóas
Num copo gordinho de uísque
Mas suas barbas estão de molho
Todo mundo tá de olho
você vai ter que explicar
Ter que parar de voar
Suas horas estão contadas
Estamos de mãos atadas
Você não vai poder dizer:
Esqueçam tudo que escrevi
Carla Mattos, sem título