quarta-feira, abril 28, 2010

te vi no tchau

já vi o adeus
sério, eu vi
era um domingo
de manhã
de novo
já indo e dando
repetidos tchaus
repentinos maus
vi os olhos rompendo
a barreira do saguão azul
era um domingo
de novo
um novo
já dizia minha voz
eu sabia que ias
desde que chegou
e de manhã
rompeu minha vida
como todo dia
em que me cegou

segunda-feira, abril 26, 2010

deusa ou serei eu

rio de abelhas rainhas em sua cama
rainha é sua cama
de onde emana leite e mel
de manhã café e mel
gostos tão comuns o meu e o seu
do suor que selou o corpo
bebido e oferecido aos deuses do amor
é bom celebrar no ápice ir eternizando
horas num século
derramando o mel e o céu em nós

toda manha tem o mesmo
toque de cetim, de pano quente
cores de quentin sobre os corpos
um guerra onde a paz era sua
já perdi e nem tem graça
e roubei seu troféu comigo
bebi a bebida da sua vitória
dando adeus aos nossos deuses deitados

sábado, abril 17, 2010

quando não é inverno

a chuva caiu
e era montanha
quente
do umbigo pra baixo
lento de ver
na subida do carro
pleno vento
na orelha
e sabor de
menta nos dentes
como num passo
de tango ela passou
deixando úmido
tudo por fora
nem frio ficou
mas o abraço chegou
e o desejo no papel
eternizou aquela subida

domingo, abril 04, 2010

solos

comigo
solos de sax
não combinam
bate violento e
lentamente dói
é como mulher
que grita
a todo toque
marcando os tons
dando ritmo
são melhores
os de guitarra
baiana
muito menos
velozes, sutis
tendo o homem
a dedilhar, lamber
cada fio e traço
fino trato

é tão bom que dói